terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

E o lúdico, cadê? As atividades lúdicas ausentes no âmbito escolar deixam alunos do 4º ano de uma escola pública do Município de Valparaíso de Goiás d

E o lúdico, cadê? As atividades lúdicas ausentes no âmbito escolar deixam alunos do 4º ano de uma escola pública do Município de Valparaíso de Goiás desinteressados e a aprendizagem difícil.


Cintia Regina F. da Silva

Elvira Batista Vasconcelos

Joelma Firmino

Joana Gláucia dos Santos
Professora orientadora

Resumo

Tal trabalho traz em seu enfoque maior, as atividades lúdicas, sua importância para o desenvolvimento das crianças em especial alunos de 4º ano, bem como sua ausência nas escolas e mostra a realidade de uma escola e professores que não lidam com o lúdico no cotidiano escolar. Tem como objetivo analisar a importância do lúdico nas aulas refletindo como o aprendizado pode ser satisfatório com o uso do lúdico em sua metodologia. Busca, ainda, regatar os valores das atividades lúdicas nas aulas; desenvolver em todos os envolvidos, o prazer de se trabalhar e aprender ludicamente; incentivar a aprendizagem por meio de brincadeiras, a fim de construir conhecimento. A problemática desse estudo procurou investigar se a aplicação do lúdico no âmbito escolar tem incentivado a aprendizagem, a fim de construir conhecimento.

Palavras- chave: atividades lúdicas; âmbito escolar, brinquedos e brincadeiras,

1_ Introdução

O lúdico é o mundo da criança, com ele pode-se descobrir muitos talentos e desenvolver habilidades nesses pequenos seres. Com a ludicidade na educação, a criança se sente livre para expressar seus sentimentos, seus medos, suas angústias, além de aprender mais facilmente. A metodologia usada nesse estudo foi observação da realidade cotidiana e análise de literatura.




As atividades lúdicas são manifestações espontâneas, presentes desde o início da humanidade, que acontecem no cotidiano. Todo ser humano sabe o que é brincar. Os principais objetivos desse trabalho são o estudo de como o lúdico pode contribuir de forma significativa no processo de aprendizagem dos alunos da educação infantil. E também identificar como o professor faz o uso do recurso brincar para ajudar a desenvolver o conhecimento dos seus alunos considerando a importância do lúdico para o desenvolvimento do ser humano desde a pré-escola.

2_ Atividade lúdica, brincar é coisa séria.

A ludicidade nada mais é do que o prazer de aprender, mais aprender brincando, e a forma principal da expressão de uma criança como e tambem a melhor forma para que ela aprenda mais facilmente.
Através da atividade lúdica, a criança aprenderá brincando, de uma maneira agradável, com brincadeiras, jogos um fator facilitador para o aprendizado, pois sentirá prazer em estar participando ao mesmo tempo que estará se desenvolvendo.
Conforme Piaget ( 1971, p.86 ), “Quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui.”
A brincadeira e instintiva, natural, pode e deve ser usada para que a criança descubra o mundo, brincando o ser (criança), vai adquirindo noções do mundo que o cerca, adquire noções espaciais, produz sons, desenvolve seu cognitivo para funções como, andar, falar, cantar, auxiliando em seu desenvolvimento global.
Na educação ou atividade lúdica, o papel do professor e de grande relevância, pois e o professor quem cria os espaços, possibilidades, cria o ambiente propicio para a ludicidade em sala de aula, alem de disponibilizar materiais para tal atividade, ele e o elo entre a criança, o brincar e o conhecimento.
De acordo com Piaget (1998, p. 47) “A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à prática educativa.” O lúdico ou as atividades lúdicas são próprios das crianças, ao nascer já trazem consigo o brincar; aprendem brincando e na escola não pode ser diferente, o brincar torna mais agradável o aprendizado, portanto sua presença na pratica educativa e tão importante.
O lúdico deve estar presente em todos os momentos dentro de um ambiente escolar, fazendo relação com a prática educativa, caminhando juntas sempre focando o processo de aprendizagem.
É eminente que o professor procure ampliar cada vez mais o cotidiano escolar, abrangendo o lúdico para que haja uma interação entre os envolvidos nesse contexto escolar. Sem a devida valorização do movimento natural da criança que é o brincar, em favor da sistematização do ambiente escolar, onde se devem seguir normas e regras as crianças se vêem as voltas com aulas sem estímulos e desanimadas, onde o lúdico seria de muita valia.
A atividade lúdica faz parte de uma teoria profunda e uma prática atuante, sua principal meta, além de conseguir explicar um pouco do ser humano dentro de seu contexto sócio-cultural, psíquico, histórico e cognitivo, fazendo desta atividade também um compromisso com uma educação mais prazerosa e que é também um ato de educar com o poder de modificar a sociedade.
Devido à preocupação com as atividades lúdicas, é preciso pensar em como modificar o lado menos positivo de tais atividades, com a premissa de resgatar e inovar brinquedos, brincadeiras que não estão presentes nas aulas, principal e urgentemente no âmbito educacional.

3_ A falta do lúdico na escola e a pratica do professor

Hoje o brincar em algumas escolas esta ausente, por não haver muito espaço, condições materiais ou ate mesmo por falta de vontade dos professores, para propiciar uma aula diferente e divertida. Os professores devem levar cada vez mais jogos, brincadeiras e entretenimento para suas salas de aula, devem enriquecer seu momento em sala com a ludicidade, visando que esta auxilia na aprendizagem das crianças.
Quem lida com a educação deve estar ciente que o ato lúdico pode transformar a práxis pedagógica cansativa do professor para o aluno, como também desenvolver melhor desempenho dos alunos para aprender, o lúdico torna-se assim parceiro do professor, trazendo assim o educando para mais próximo de si.
Vygotsky (1975) caracteriza a brincadeira como atividade social da criança que, para ele, pode ser denominada de atividade social infantil e é fundamental para a construção de sua personalidade, para compreensão da realidade da qual ela faz parte.
Seguindo a teoria de Vygotsky (1975), então se pode entender que uma aula lúdica não precisa ter especificamente brinquedos, jogos e/ou brincadeiras fora do foco educacional, explicando tal afirmação pode-se dizer que, é o professor quando tem uma “atitude lúdica” quem traz a ludicidade para a escola e principalmente para sua sala.
Mas para tal atitude é preciso que o professor seja sensível, suscetível á mudanças, tenha envolvimento e relacionamento bom com os seus educandos, e mais além tem que ocorrer mudanças internas, cognitivas e em principal, uma mudança afetiva. Assim com posse dessas mudanças o professor ainda terá que ser paciente e perseverante, pois, terá que enfrentar e confrontar com um padrão já institucionalizado e sistematizado que é o âmbito escolar hoje.
O professor não pode nem deve se deixar abater diante da sistematização do ensino, cabe à ele, é somente à ele fazer a diferença e não se tornar, nem tornar seus alunos vitimas de uma educação pobre e sem graça. Ele tem o poder de fazer diferente e mudar um pouquinho do mundo sistematizado da educação.

4_ E o lúdico, por onde anda?

O lúdico como consegui entender anda afastado da escola e principalmente longe das salas de aula, daí o questionamento: e o lúdico, por onde anda? Com base em pesquisas, sobre o lúdico, a sua ausência e sua presença na escola e relatos de seis crianças do 4º ano de uma escola pública no Município de Valparaíso de Goiás, como em muitas escolas ocorre a falta da ludicidade, com posse de tais relatos pode-se afirmar que em especial nesta escola falta o lúdico, alunos andam cansados da rotina da escola, dizem que as aulas estão chatas e cansativas.
Como foi dito antes, dentro da sala de aula a atividade lúdica deve partir do professor, é ele que deve incentivar o lúdico no processo educativo do cotidiano da escola, mas nesta escola isso não ocorre. As crianças buscam e esperam por aulas mais gratificantes e prazerosas e menos maçantes, dizem ainda que gostem mais das aulas de educação física e artes por serem as menos cansativas e se aproximam mais da ludicidade. Essas aulas citadas pelos alunos são menos chatas e maçantes.
Por suas aulas serem tão monótonas as crianças alegam que queriam mais espaço para brincar, mais brinquedos/brincadeiras, professores menos nervosos, sala de computador e mais ainda muitos queriam freqüentar a biblioteca, mas a professora diz não ter tempo de levá-los ate lá. Gisela Wajskop (2001) aponta a brincadeira, como atividade dominante da infância tendo em vista as condições e o lugar que ela ocupa na sociedade, é, primordialmente, a forma pela qual esta começa a aprender.
De posse de tal pensamento, devemos então analisar este e os relatos das crianças que participaram de tal pesquisa. Os alunos entrevistados dizem ainda que se houvessem mais brincadeiras as aulas seriam melhores e os alunos mais danados, brigariam menos em sala e a professora ficaria menos nervosa, assim eles copiariam menos e a professora gritaria menos.
Assim, fica claro que a falta do lúdico, mesmo sendo ele uma proposta curricular explicita pelo Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (RCNEI), numa escola faz aulas menos produtivas, como alunos e professores portadores de muito stress e desanimados, deixando desse modo o âmbito escolar com um ar ruim, tornando a relação professor-aluno e aluno- professor cada dia mais pesada e inviável. Inviável tanto para aluno, como para os professores, pois é difícil ensinar e aprender diante de uma falta de alegria e entusiasmo de todos.

5_ Com o lúdico é bem melhor.

Quando brinca a criança, constitui uma atividade social e cultural construída por si própria com auxilio de elementos, matérias de fácil manuseio. Por meio de atividades lúdicas a criança vivencia experiências e aprende com elas, pois reflete muito a forma como ela vê o mundo.
Sampaio (2001) apresenta alguns exemplos de ludicidade que podem compor uma aula divertidíssima para professor e aluno. O professor pode narrar histórias e pedir que seus alunos, façam conforme o pedido na historia, podem-se usar as historias dos três porquinhos, branca de neve, chapeuzinho vermelho dentre outras. Nas brincadeiras de coordenação motora grossa, pode ser trabalhado, corrida, jogo da amarelinha, boliche e outras.
O professor ainda tem as opções de trabalhar com material concreto como: palitos, jogo quebra- cabeça, pega varetas e com material utilizado nas próprias aulas como: cruzadinhas, palavras cruzadas, cálculos matemáticos, língua portuguesa sem esquecer-se dos contos, parodias, poemas e pequenos textos sempre trabalhando com foco na educação e na aprendizagem das crianças. Facilita porque estas aprendem de forma diferente com alegria. Trabalhando assim é satisfatório para todos.
Se o professor quiser ainda, pode montar um pequeno espaço em sua sala de aula destinado a esse fim, em algumas escolas existem espaços assim, denominados de “brinquedoteca ou ludoteca” que também é uma opção bastante viável para aulas alegres e produtivas.

6_ Análise das atividades lúdicas apresentadas no contexto da escola investigada
Nas analises abordadas na escola investigada tornou-se claro que a manifestação da ludicidade não ocorre, nos relatos das crianças e professores foi sabido que a escola se quer oferece um espaço lúdico.
Ultimamente a escola não oferece nem mesmo o recreio no pátio, que seria o momento dito lúdico pelas crianças. E os professores no que se pode constatar não tem espaços em suas salas para tal proposta e nem são donos de tempo para se dedicar a ludicidade, pois, de acordo com eles, fazer diferente da muito trabalho.
Assim ficou, visto que a escola por si só não é lúdica e nem abre espaço e possibilidades de outras pessoas serem.

7_ Considerações finais

Com base em toda pesquisa, pode-se notar que a atividade lúdica fornece todo um suporte para o ensino aprendizagem, desenvolve e promove na criança um tipo de autonomia, onde ela se vê responsável por aquele momento que esta sendo vivido. E vai mais além, trabalha o cognitivo, equilíbrio, ritmo, coordenação e muitas vezes o raciocínio lógico, a criatividade da criança aflora à medida que ela trabalha com o lúdico dependendo também da brincadeira/brinquedo escolhido.
É bem verdade que trabalhar ludicamente dá trabalho, mas com certeza o retorno e bastante gratificante, mas o professor tem que ter em mente que um trabalho lúdico bem organizado, elaborado com qualidade trará certamente ótimos resultados tanto no aprendizado como no intelecto da criança.
Como foi visto e dito anteriormente, a falta do lúdico traz transtornos muitas vezes desagradáveis tanto para aluno como para seus professores, assim confirmando tal pesquisa é preciso e urgente que se trabalhe mais com a ludicidade. E preciso que se trabalhe com as atividades lúdicas, ela faz parte da criança, sem a mesma o ser criança, passa a ser uma coisa sem graça. O lúdico e o berço obrigatório da criança assim afirmam Piaget, e necessário que se resgate essa proposta nas escolas públicas, sendo possível então, um bom relacionamento entre todos do âmbito escolar, a partir do chamado Mundo lúdico.
Contudo se a escola, o professor e as aulas forem enriquecidos, alegres, coloridas e positivas será muito bom para todos, ou seja, se a escola mudar tudo muda.

8_ Referências Bibliográficas
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca O Lúdico Em Diferentes Contextos. 9. ed., Petrópolis-RJ:Vozes, 2001.



VON, Cristina. Guia brinquedos educativos: Quando a brincadeira é coisa séria. Fonte: "A História do Brinquedo”.

Site: Google Acadêmico; scholar. google.com. br
Site: Baú de idéias;
Site: Cantinho lúdico.

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