terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A perspectiva curricular no processo de alfabetização nas séries iniciais do Ensino Fundamental em uma instituição de ensino do município de Valparaís

A perspectiva curricular no processo de alfabetização nas séries iniciais do Ensino Fundamental em uma instituição de ensino do município de Valparaíso de Goiás.


Jailma Silva Rodrigues de Oliveira

Valquíria dos Reis Costa

Professora orientadora: Joana Gláucia dos Santos


Resumo

Este artigo apresenta os elementos básicos do currículo no processo de alfabetização nas séries iniciais, sendo um dos pilares principais da educação que se exige no município. O objetivo principal deste artigo é chamar a atenção do leitor, em especial daqueles que têm em suas mãos a responsabilidade social da educação, para o fato de que é preciso rever posturas dos profissionais da educação diante da fase inicial da vida escolar das crianças, que cursa as séries iniciais do Ensino Fundamental.

Palavras – Chave: alfabetização, educação, currículo, series iniciais.




Introdução

Ao se estudar evolução da educação percebe-se que os centros Educacionais da forma como hoje se apresentam não existiam. A educação acontecia de forma inconsciente através da prática, da imitação e da experiência transmitida por outrem. Com o passar dos tempos e o desenvolvimento da evolução humana, a educação foi então se desenvolvendo e acompanhando as mudanças sociais. E, com isso, a alfabetização também foi-se adequando e continua nesse processo até os dias atuais.
Para analisar a perspectiva curricular no processo de alfabetização nas séries iniciais é importante observar o propósito do estudioso Prado (1997, p. 7), que descreve o quão a educação por mais que tenha mudado continua com a sua verdadeira origem, pois ele diz que:
O pensamento brasileiro tem suas origens nos valores herdados das diferentes etnias que formaram nosso povo. A vinda dos portugueses e das outras famílias, européias, entre eles revoltosos, corsários, padres, jogadores, etc. muitos fugindo da rigidez dos costumes morais europeus.

No período colonial onde a educação passou a ter um valor de peso, a mesma foi ministrada exclusivamente pelos padres Jesuítas não só por seus conhecimentos religiosos ou ate mesmo conhecimento social, mas porque eles tinham as experiências com a prática pedagógica para o processo de aprendizagem (MOREIRA, 1960).
Tudo que foi dito até aqui valeu apena para a história da evolução da educação, já que o fenômeno educacional se desenrola no tempo e faz igualmente parte da história geral.
Por isso, é importante estudar a educação sempre no contexto histórico, para se observar a concomitância entre as suas crises e a do sistema social.
Podemos perceber hoje, que numa escola crítica e criativa o professor e o aluno são considerados sujeitos ativos no processo pedagógico, trocando experiências para a construção de um conhecimento significativo.
O processo da alfabetização na construção da escrita constitui-se para o ser humano uma necessidade básica. A Educação Infantil fica, muitas vezes, completamente distante da cultura escrita, o que poderia representar um obstáculo para a sua experiência futura de alfabetização. Maria Montessori diz em seu Livro Mentes Absorventes que a criança aprende mais dos zero aos seis anos do que um adulto ao longo de toda a sua vida. Precisamos pensar então sobre o que queremos que ela aprenda, quais os valores que precisam ser alicerçados neste período e qual o compromisso da escola e do Estado com a referida aprendizagem.
Há muito a aprimorar na questão da alfabetização, sobretudo porque a tarefa não é apenas dos professores das séries iniciais. "Estamos sempre nos alfabetizando, a cada novo tipo de texto com o qual entramos em contato durante toda a vida", (MIGUEL, 2005, p. 03 )
Por essa razão, tratar a leitura e a escrita como conteúdo central em todos os estágios é a maior garantia de sucesso que as escolas podem ter para inserir os estudantes na sociedade. E é o que faz principalmente os professores das séries iniciais.
Um fator determinante para a alfabetização é que para o professor o aluno pode aprender independentemente de sua condição social. Esse olhar do docente abre as portas do mundo da aprendizagem para os que vêm de ambientes que não ofereceram essa bagagem.
O professor da Educação infantil deve ser o primeiro a dar o exemplo, lendo diariamente para os pequenos. Assim, por meio de brincadeiras, criam situações das quais a língua escrita faça parte e seja implantada de forma natural, até que a criança descubra o seu potencial na leitura e na escrita.
Todos nós sabemos da importância da Leitura, na vida de um cidadão que, convive numa sociedade inteiramente gráfica.
Por conta disso, a “Alfabetização” não deixa de ser moderna por mais antigas que sejam as especulações sobre ela. Porém deve ser levada a sério, principalmente nas séries iniciais onde será à base de todo o aprendizado enquanto estudante e cidadão.
De acordo com as minhas pesquisas percebo que a solução do problema do analfabetismo tem se tornado cada vez mais difícil de alcançar, principalmente nas séries iniciais, pois está sendo penoso até conscientizar a escola, de que mesmo quando nos referimos à nomenclatura “alfabetização”, não está mais confinada aos elementos mecânicos da decodificação e do simples reconhecimento de palavras, mas sim, reconhecendo como a capacidade de dominar a linguagem escrita e utilizá-la como instrumento de comunicação. É claro que essa temática pode ser analisada, do ponto de vista, que enquanto a criança estiver na escola, ela independentemente da série em que estiver posicionado, a mesma terá o direito de ser alfabetizada.
Com base nessas experiências, sobre alfabetização, mostrando ser possível formar leitores e escritores competentes em qualquer estágio do desenvolvimento social.
O currículo e sua eficácia ao contrario do que muitos pensam do mesmo, ele não é só mais um papel a ser engavetado e desconhecido por todos, mas sim um documento essencial para o bom andamento das instituições de ensino onde norteará o professor, na caminhada do processo de aprendizagem do seu aluno.
Não é de se estranhar, portanto, que muitos ainda acreditem que um currículo seja apenas uma lista de disciplinas e conteúdos. Nada disso. Em linhas gerais, ele deve conter:
• A fundamentação teórica
• O histórico do ensino das disciplinas.
• Os objetivos de aprendizagem de cada série.
• Os conteúdos que serão trabalhados no período para alcançar essas expectativas, com justificativas de cada um.
• As orientações didáticas e referencias bibliográfica, com sugestões de atividades e leituras complementares.
O Currículo é um instrumento que deve levar em conta as diversas possibilidades de aprendizagem não só no que concerne à seleção de metas e conteúdos, mas também na maneira de planejar as atividades. Temos que deixar bem claro, que o documento precisa ser revisto permanentemente, para acompanhar os anseios da sociedade em relação à educação das crianças. Principalmente nas séries iniciais, onde estas são as orientações que devem ser vistas como uma ‘’bússola’’ que norteia os passos da educação do país, de cada rede de ensino e de cada professor. Como enfatiza (Moreira, 2003, p.19) “é capaz de ler e escrever, mas que enfrenta dificuldades quando se trata de interpretar corretamente o que leu”.
A partir desses princípios já estabelecidos, torna se possível avaliar se a educação como um todo está no rumo certo, ainda mais nos dias de hoje, em que muitos países inclusive o nosso, participam de testes nacionais exemplo: a Prova Brasil. Sem ter um currículo claro, com objetivos definidos, essas avaliações tendem a ficar completamente sem sentido.
Como nossas considerações finais e com base no que tratamos no percurso de todo o texto, entendemos, que para o currículo ser eficaz, ele precisa de uma construção com a participação de todos os atores do processo educativo. Nada adianta adquirir de outra escola. Depois de pronto e de acordo com a realidade do lugar onde deve ser implantado ele precisa ser compreendido pelos professores.
O percurso da elaboração é demorado e está longe de ser simples, mas o poder público, que é quem nutre todo o sistema educacional, que se dispõe a segui-los vivem umas experiências riquíssimas ‘’pois o alicerce de conhecimento que oferecemos para as crianças nas séries iniciais é o que sustentará e perpetuará na sua vida social.’’ ( CASTRO, 2005, p. 22 ).

Referência bibliográfica


BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Escola plural: proposta político-pedagógica. Brasília, 1994.

CASTRO, Cláudio de Moura. Ponto de Vista. Revista Veja, 31 de agosto de 2005, p.22.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: o minidicionário da língua portuguesa. 5A. ed.. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

LEITE, D. M. Promoção automática e adequação do currículo ao desenvolvimento do aluno. Pesquisa e Planejamento. São Paulo: Centro Regional de Pesquisas Educacionais, v.3, n.3, p.15-34, jun.1959.

MIGUEL, Emilio Sánchez. Reflexões sobre a alfabetização. Revista Pátio, A. 9, n. 33, fev/abr 2005

MONTESSORI, Maria. Mentes Absorventes. Editora Portugália.

MOREIRA, R. J. O Ensino primário paulista. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v.34, n.80, p.219-31, out.-dez. 1960.

PRADO, P. Retrato do Brasil. São Paulo; Cia das Letras, 1977.

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