quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

E o lúdico, cadê? As atividades lúdicas ausentes no âmbito escolar deixam alunos do 4º ano de uma escola pública do Município de Valparaíso de Goiás d

Cintia Regina F. da Silva

Elvira Batista Vasconcelos

Joelma Firmino

Joana Gláucia dos Santos
Professora orientadora

Resumo

Tal trabalho traz em seu enfoque maior, as atividades lúdicas, sua importância para o desenvolvimento das crianças em especial alunos de 4º ano, bem como sua ausência nas escolas e mostra a realidade de uma escola e professores que não lidam com o lúdico no cotidiano escolar. Tem como objetivo analisar a importância do lúdico nas aulas refletindo como o aprendizado pode ser satisfatório com o uso do lúdico em sua metodologia. Busca, ainda, regatar os valores das atividades lúdicas nas aulas; desenvolver em todos os envolvidos, o prazer de se trabalhar e aprender ludicamente; incentivar a aprendizagem por meio de brincadeiras, a fim de construir conhecimento. A problemática desse estudo procurou investigar se a aplicação do lúdico no âmbito escolar tem incentivado a aprendizagem, a fim de construir conhecimento.

Palavras- chave: atividades lúdicas; âmbito escolar, brinquedos e brincadeiras,

1_ Introdução

O lúdico é o mundo da criança, com ele pode-se descobrir muitos talentos e desenvolver habilidades nesses pequenos seres. Com a ludicidade na educação, a criança se sente livre para expressar seus sentimentos, seus medos, suas angústias, além de aprender mais facilmente. A metodologia usada nesse estudo foi observação da realidade cotidiana e análise de literatura.




As atividades lúdicas são manifestações espontâneas, presentes desde o início da humanidade, que acontecem no cotidiano. Todo ser humano sabe o que é brincar. Os principais objetivos desse trabalho são o estudo de como o lúdico pode contribuir de forma significativa no processo de aprendizagem dos alunos da educação infantil. E também identificar como o professor faz o uso do recurso brincar para ajudar a desenvolver o conhecimento dos seus alunos considerando a importância do lúdico para o desenvolvimento do ser humano desde a pré-escola.

2_ Atividade lúdica, brincar é coisa séria.

A ludicidade nada mais é do que o prazer de aprender, mais aprender brincando, e a forma principal da expressão de uma criança como e tambem a melhor forma para que ela aprenda mais facilmente.
Através da atividade lúdica, a criança aprenderá brincando, de uma maneira agradável, com brincadeiras, jogos um fator facilitador para o aprendizado, pois sentirá prazer em estar participando ao mesmo tempo que estará se desenvolvendo.
Conforme Piaget ( 1971, p.86 ), “Quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui.”
A brincadeira e instintiva, natural, pode e deve ser usada para que a criança descubra o mundo, brincando o ser (criança), vai adquirindo noções do mundo que o cerca, adquire noções espaciais, produz sons, desenvolve seu cognitivo para funções como, andar, falar, cantar, auxiliando em seu desenvolvimento global.
Na educação ou atividade lúdica, o papel do professor e de grande relevância, pois e o professor quem cria os espaços, possibilidades, cria o ambiente propicio para a ludicidade em sala de aula, alem de disponibilizar materiais para tal atividade, ele e o elo entre a criança, o brincar e o conhecimento.
De acordo com Piaget (1998, p. 47) “A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à prática educativa.” O lúdico ou as atividades lúdicas são próprios das crianças, ao nascer já trazem consigo o brincar; aprendem brincando e na escola não pode ser diferente, o brincar torna mais agradável o aprendizado, portanto sua presença na pratica educativa e tão importante.
O lúdico deve estar presente em todos os momentos dentro de um ambiente escolar, fazendo relação com a prática educativa, caminhando juntas sempre focando o processo de aprendizagem.
É eminente que o professor procure ampliar cada vez mais o cotidiano escolar, abrangendo o lúdico para que haja uma interação entre os envolvidos nesse contexto escolar. Sem a devida valorização do movimento natural da criança que é o brincar, em favor da sistematização do ambiente escolar, onde se devem seguir normas e regras as crianças se vêem as voltas com aulas sem estímulos e desanimadas, onde o lúdico seria de muita valia.
A atividade lúdica faz parte de uma teoria profunda e uma prática atuante, sua principal meta, além de conseguir explicar um pouco do ser humano dentro de seu contexto sócio-cultural, psíquico, histórico e cognitivo, fazendo desta atividade também um compromisso com uma educação mais prazerosa e que é também um ato de educar com o poder de modificar a sociedade.
Devido à preocupação com as atividades lúdicas, é preciso pensar em como modificar o lado menos positivo de tais atividades, com a premissa de resgatar e inovar brinquedos, brincadeiras que não estão presentes nas aulas, principal e urgentemente no âmbito educacional.

3_ A falta do lúdico na escola e a pratica do professor

Hoje o brincar em algumas escolas esta ausente, por não haver muito espaço, condições materiais ou ate mesmo por falta de vontade dos professores, para propiciar uma aula diferente e divertida. Os professores devem levar cada vez mais jogos, brincadeiras e entretenimento para suas salas de aula, devem enriquecer seu momento em sala com a ludicidade, visando que esta auxilia na aprendizagem das crianças.
Quem lida com a educação deve estar ciente que o ato lúdico pode transformar a práxis pedagógica cansativa do professor para o aluno, como também desenvolver melhor desempenho dos alunos para aprender, o lúdico torna-se assim parceiro do professor, trazendo assim o educando para mais próximo de si.
Vygotsky (1975) caracteriza a brincadeira como atividade social da criança que, para ele, pode ser denominada de atividade social infantil e é fundamental para a construção de sua personalidade, para compreensão da realidade da qual ela faz parte.
Seguindo a teoria de Vygotsky (1975), então se pode entender que uma aula lúdica não precisa ter especificamente brinquedos, jogos e/ou brincadeiras fora do foco educacional, explicando tal afirmação pode-se dizer que, é o professor quando tem uma “atitude lúdica” quem traz a ludicidade para a escola e principalmente para sua sala.
Mas para tal atitude é preciso que o professor seja sensível, suscetível á mudanças, tenha envolvimento e relacionamento bom com os seus educandos, e mais além tem que ocorrer mudanças internas, cognitivas e em principal, uma mudança afetiva. Assim com posse dessas mudanças o professor ainda terá que ser paciente e perseverante, pois, terá que enfrentar e confrontar com um padrão já institucionalizado e sistematizado que é o âmbito escolar hoje.
O professor não pode nem deve se deixar abater diante da sistematização do ensino, cabe à ele, é somente à ele fazer a diferença e não se tornar, nem tornar seus alunos vitimas de uma educação pobre e sem graça. Ele tem o poder de fazer diferente e mudar um pouquinho do mundo sistematizado da educação.

4_ E o lúdico, por onde anda?

O lúdico como consegui entender anda afastado da escola e principalmente longe das salas de aula, daí o questionamento: e o lúdico, por onde anda? Com base em pesquisas, sobre o lúdico, a sua ausência e sua presença na escola e relatos de seis crianças do 4º ano de uma escola pública no Município de Valparaíso de Goiás, como em muitas escolas ocorre a falta da ludicidade, com posse de tais relatos pode-se afirmar que em especial nesta escola falta o lúdico, alunos andam cansados da rotina da escola, dizem que as aulas estão chatas e cansativas.
Como foi dito antes, dentro da sala de aula a atividade lúdica deve partir do professor, é ele que deve incentivar o lúdico no processo educativo do cotidiano da escola, mas nesta escola isso não ocorre. As crianças buscam e esperam por aulas mais gratificantes e prazerosas e menos maçantes, dizem ainda que gostem mais das aulas de educação física e artes por serem as menos cansativas e se aproximam mais da ludicidade. Essas aulas citadas pelos alunos são menos chatas e maçantes.
Por suas aulas serem tão monótonas as crianças alegam que queriam mais espaço para brincar, mais brinquedos/brincadeiras, professores menos nervosos, sala de computador e mais ainda muitos queriam freqüentar a biblioteca, mas a professora diz não ter tempo de levá-los ate lá. Gisela Wajskop (2001) aponta a brincadeira, como atividade dominante da infância tendo em vista as condições e o lugar que ela ocupa na sociedade, é, primordialmente, a forma pela qual esta começa a aprender.
De posse de tal pensamento, devemos então analisar este e os relatos das crianças que participaram de tal pesquisa. Os alunos entrevistados dizem ainda que se houvessem mais brincadeiras as aulas seriam melhores e os alunos mais danados, brigariam menos em sala e a professora ficaria menos nervosa, assim eles copiariam menos e a professora gritaria menos.
Assim, fica claro que a falta do lúdico, mesmo sendo ele uma proposta curricular explicita pelo Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (RCNEI), numa escola faz aulas menos produtivas, como alunos e professores portadores de muito stress e desanimados, deixando desse modo o âmbito escolar com um ar ruim, tornando a relação professor-aluno e aluno- professor cada dia mais pesada e inviável. Inviável tanto para aluno, como para os professores, pois é difícil ensinar e aprender diante de uma falta de alegria e entusiasmo de todos.

5_ Com o lúdico é bem melhor.

Quando brinca a criança, constitui uma atividade social e cultural construída por si própria com auxilio de elementos, matérias de fácil manuseio. Por meio de atividades lúdicas a criança vivencia experiências e aprende com elas, pois reflete muito a forma como ela vê o mundo.
Sampaio (2001) apresenta alguns exemplos de ludicidade que podem compor uma aula divertidíssima para professor e aluno. O professor pode narrar histórias e pedir que seus alunos, façam conforme o pedido na historia, podem-se usar as historias dos três porquinhos, branca de neve, chapeuzinho vermelho dentre outras. Nas brincadeiras de coordenação motora grossa, pode ser trabalhado, corrida, jogo da amarelinha, boliche e outras.
O professor ainda tem as opções de trabalhar com material concreto como: palitos, jogo quebra- cabeça, pega varetas e com material utilizado nas próprias aulas como: cruzadinhas, palavras cruzadas, cálculos matemáticos, língua portuguesa sem esquecer-se dos contos, parodias, poemas e pequenos textos sempre trabalhando com foco na educação e na aprendizagem das crianças. Facilita porque estas aprendem de forma diferente com alegria. Trabalhando assim é satisfatório para todos.
Se o professor quiser ainda, pode montar um pequeno espaço em sua sala de aula destinado a esse fim, em algumas escolas existem espaços assim, denominados de “brinquedoteca ou ludoteca” que também é uma opção bastante viável para aulas alegres e produtivas.

6_ Análise das atividades lúdicas apresentadas no contexto da escola investigada
Nas analises abordadas na escola investigada tornou-se claro que a manifestação da ludicidade não ocorre, nos relatos das crianças e professores foi sabido que a escola se quer oferece um espaço lúdico.
Ultimamente a escola não oferece nem mesmo o recreio no pátio, que seria o momento dito lúdico pelas crianças. E os professores no que se pode constatar não tem espaços em suas salas para tal proposta e nem são donos de tempo para se dedicar a ludicidade, pois, de acordo com eles, fazer diferente da muito trabalho.
Assim ficou, visto que a escola por si só não é lúdica e nem abre espaço e possibilidades de outras pessoas serem.

7_ Considerações finais

Com base em toda pesquisa, pode-se notar que a atividade lúdica fornece todo um suporte para o ensino aprendizagem, desenvolve e promove na criança um tipo de autonomia, onde ela se vê responsável por aquele momento que esta sendo vivido. E vai mais além, trabalha o cognitivo, equilíbrio, ritmo, coordenação e muitas vezes o raciocínio lógico, a criatividade da criança aflora à medida que ela trabalha com o lúdico dependendo também da brincadeira/brinquedo escolhido.
É bem verdade que trabalhar ludicamente dá trabalho, mas com certeza o retorno e bastante gratificante, mas o professor tem que ter em mente que um trabalho lúdico bem organizado, elaborado com qualidade trará certamente ótimos resultados tanto no aprendizado como no intelecto da criança.
Como foi visto e dito anteriormente, a falta do lúdico traz transtornos muitas vezes desagradáveis tanto para aluno como para seus professores, assim confirmando tal pesquisa é preciso e urgente que se trabalhe mais com a ludicidade. E preciso que se trabalhe com as atividades lúdicas, ela faz parte da criança, sem a mesma o ser criança, passa a ser uma coisa sem graça. O lúdico e o berço obrigatório da criança assim afirmam Piaget, e necessário que se resgate essa proposta nas escolas públicas, sendo possível então, um bom relacionamento entre todos do âmbito escolar, a partir do chamado Mundo lúdico.
Contudo se a escola, o professor e as aulas forem enriquecidos, alegres, coloridas e positivas será muito bom para todos, ou seja, se a escola mudar tudo muda.

8_ Referências Bibliográficas
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca O Lúdico Em Diferentes Contextos. 9. ed., Petrópolis-RJ:Vozes, 2001.



VON, Cristina. Guia brinquedos educativos: Quando a brincadeira é coisa séria. Fonte: "A História do Brinquedo”.

Site: Google Acadêmico; scholar. google.com. br
Site: Baú de idéias;
Site: Cantinho lúdico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário